A festa fodida antes de ser terminada e o tempo estende-se nos lugares da sua ausência
É o vazio quem fala agora
mudo, longo
O êxtase já não se cumpre do lado de fora
É um ruído ensurdecedor que ocupa os cantos da sala
É uma lâmina que fere o olhar em estado de ataque iminente
A paralisia do olhar é o horror no seu limiar
O começo torna-se indiscernível do fim
O horror de uma adenda antecipada: não acabará bem não poderá nunca acabar quando dissermos fim está tudo perdido tudo acabado e o medo toma conta de tudo e de todos intolerável desgasta as coisas que revelam ser aquilo que inicialmente era nelas apenas uma aparência as coisas são no momento perpétuo no momento em que as guardo há um momento apenas um nunca mais sempre e parece que podemos ficar sempre assim suspensos debaixo do vidro estilhaçado pelo silêncio da montanha